segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Sobre civilizações perecíveis




Recentemente li uma matéria que falava sobre a possível dificuldade que arqueólogos do século 31 teriam para analisar os dados de nossa época. Logicamente em um primeiro momento eu fiquei um tanto surpreso, ora, não estamos na era da informação? Nunca registramos tantos dados quanto nos dias de hoje, então como seria possível que daqui mil anos não conseguissem informações sobre nós?

Mas ao pesquisar um pouco mais, fiquei convencido de que realmente, a civilização que aparentemente mais se registrou até então, pode ser a que mais se perderá na história.

Se você analisar isso, partindo do pressuposto de que nossa civilização, da forma como se configura hoje, permanecerá estável, assim como nossa produção cientifica e tecnológica, realmente fica meio difícil de acreditar que seremos esquecidos por quem quer que seja no futuro. Mas se analisarmos um pouquinho o histórico do nosso planetinha, logo veremos que ele não é muito chegado em estabilidade.

Não falo isso como um desses pessimistas que acredita que “o fim está próximo” e tudo mais, afinal, eu estou mais para um “fanboy” dos seres humanos. Acredito que com o tempo as coisas só tendem a melhorar, e com uma custosa paciência, vamos encontrar no nosso desenvolvimento moral e tecnológico, as soluções para os nossos problemas, assim como sempre foi, mesmo que esses problemas tenham sido causados por nós mesmos. Mas o fato é que mais cedo ou mais tarde vamos ter que passar por alguma merda, e entenda como “merda”, qualquer coisa que possa causar uma grande desestabilização na forma como hoje estamos estruturados, pode ser desde uma crise monetária sem fim que quebre até o Bill Gates, até um apocalipse zumbi para a alegria de todos que sonham com isso desde a época do play 1. E pelo o que parece, quando algo do tipo acontecer, não teremos backup para os nossos backups, se é que você me entende. O que quero dizer é que a maioria da nossa informação, não existe fisicamente e nem mesmo em algo durável o suficiente que possa aguentar ai uns 300 anos em stand by. Em um cenário um pouco mais pessimista, poderíamos levar um bom tempo para nos recuperar tecnologicamente a ponto de conseguir meios para tentar acessar as informações que hoje salvamos tão seguramente em nossos HD’s. E nesse meio tempo, a natureza estaria se encarregando tranquilamente de destruir as provas de nossa existência, inclusive os metais presentes em nossos HD’s.A série ”Life After People” ou “O Mundo Sem Ninguém” na versão em português, do History Channel, consegue passar uma ideia do que poderia acontecer com nossas cidades sem a nossa manutenção periódica, e o resultado meus amigos, é surpreendente. Após 500 anos, a maioria de nossas construções de concreto se tornaria pó, e as florestas provavelmente dominariam novamente o cenário das grandes cidades. Após 1000 anos, restariam poucas evidências de nossa existência.Ai você deve estar pensando: “Ahhh mas mil anos é muita coisa...”. Bom, estimando que o nosso planeta já soprou as velinhas 4,54 bilhões de vezes, o que são mil anos para esse cara?Mil anos poderia muito bem ser um intervalo relativamente curto para que a humanidade se recuperasse de um grande baque climático ou coisa do tipo. Por enquanto, as grandes construções de pedra, ainda são as coisas mais duráveis que conseguimos fazer, por isso, se você não quer que essa gente do futuro construa um bar em cima do seu túmulo, faça como os faraós do Egito antigo, e construa uma pirâmide de pedra gigante como tal. Inclusive, essas pirâmides continuarão ai por muito tempo, muito mais tempo do que esse novo prédio chique e gigante que estão construindo ai perto da sua casa.Mas tudo isso me fez pensar que, assim como mil ou dois mil anos, seriam o suficiente para apagar da história praticamente tudo aquilo que somos, o que garante que outras civilizações que já passaram por aqui, não atingiram um nível tecnológico tão alto quanto o nosso e simplesmente se perderam no tempo? Suas construções e tecnologias poderiam se basear em materiais até mesmo mais perecíveis que os nossos, afinal, são 4,54 bilhões de anos de história, uma história que tentamos contar com base nas poucas coisas que duraram o suficiente para chegar até nós, e tudo o que não durou, para nós, simplesmente nunca existiu.



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