terça-feira, 24 de março de 2015

3:48 - Conto - Parte 1

Para quem gosta de contos longos de terror, este foi um incrível conto bastante elogiado por leitores no ano de 2010 numa comunidade voltada para contos de terror no Orkut. É uma história longa, portanto fique sempre de olho pois continuações certamente virão!



1 – Prólogo

Desde os tempos da Inquisição os religiosos afirmam existir as manifestações de Deus e do diabo. A partir disso disseminou-se pelo mundo uma enorme variedade de mitos sobre as aparições das manifestações do Mau. Lobisomens, vampiros e fantasmas são exemplos clássicos desses mitos. E costumes foram elaborados para evitar a aproximação com esses mitos. Pessoas de idade muito avançada, por exemplo, costumam fechar as portas de suas casas antes das seis horas da tarde, pois eles acreditam que a partir desta hora os espíritos podem vagar noite a fora. Mas se é assim, honestamente por que nós jovens andamos pelas ruas e nunca (ou quase nunca) observamos algo anormal? Esses velhos são realmente loucos...ou apenas...Imprecisos...

03:48


2 - O início

Eu não sou um garoto qualquer! Por que então Juliane nunca me enxerga na escola? Sou apaixonado por aquela garota desde meus doze anos e nesses cinco anos nunca consegui trocar uma palavra a mais que um modesto “oi” com ela. Talvez seja porque ela tem aquele estilo gótico e só anda junto com pessoas como ela... É uma pena. Sou um oculto pra ela... Aliás... Para todos.

Meu nome é David, dezessete anos, um cara tímido que praticamente só conversa com os amigos do meu grupinho na escola, não tenho muitos interesses na vida, não trabalho, não sei se farei faculdade, adoro jogos, passo várias noites em claro jogando...enfim pode me chamar de vagabundo. Mas este ano de 2010 eu havia prometido algo pra mim, quero me aproximar de Juliane.

Era uma sexta-feira quando no intervalo da escola a vi sentada na escada sozinha. Estava com fones de ouvido. Meu amigo Júlio estava comigo e me disse:
-Vai lá cara ela está sozinha!
-Ah sei lá. O que eu vou falar para ela?
-Fala qualquer merda! Você baba por aquela menina faz um bom tempo já!
-Ah...
-Se você não for desta vez, eu a chamo e falo que você quer sair com ela.

Naquele momento estremeci e resolvi me aproximar dela. Andei bem lentamente pensando nas reações que ela poderia ter com a minha aproximação... ‘Será que ela não vai me achar um idiota?’ Vamos ver... Cheguei até ela. Ela sentada na escada reparou minha chegada, olhou pra mim e eu disse:
-O-oi Juliane.
-Oi David.
-Você sabe meu nome?
-Claro né! Rrsrs.
-É verdade rsrs – fiquei sem graça e continuei – O que está ouvindo aí?
-Metal, claro! – e sorriu.
-Nossa...que legal! Também gosto de metal! – mentindo.
-Gosta? – e me olhou com uma cara de desconfiada.

Fiz com a cabeça que sim. Ela ficou olhando... Depois levantou tirou um dos fones e colocou no meu ouvido. Estar tão perto dela me gelou o corpo. Ouvi a música. Era algo que nunca tinha ouvido na vida. Mas fingi que gostei e ela perguntou:
-Conhece essa banda?
-Não! Mas gostei muito!
-Sério? É uma banda russa. Chama Arkona. É pagan metal.
-Pagan Metal? – Quem vê parece que eu sabia o que era – Poxa... Muito bom!
-Ah que legal. Quer o CD emprestado?
-Com certeza.
-Sabe onde é minha casa né?
-Sim, acho que sim. É aqui perto né? Já vi você vindo pra cá.
-Isso! Olha a noite eu vou reunir uma turma pra vir em casa, você quer vir também? Aproveito e te entrego o CD.
-Claro!
-Mas olha David, a gente faz umas experiências meio bizarras em casa rs. Quer mesmo ir? Se quiser te trago o CD amanhã.
-Que tipo de experiências?
-Experiências pra invocar os mortos, sabe... A gente tenta rs. Jogo do copo... Do compasso. Coisas assim.

-Ah vou sim. Meus amigos também fazem essas experiências às vezes. – disse eu mentindo.
-É? – olhou para mim desconfiada.
-É!
-David! Eu descobri que não te conhecia. Pensei que você era quietão, medroso rs. Desculpa... Mas eu pensava mesmo. É bom saber que você é tão legal.
Eu ri sem graça... E respondi:
-Que isso! Eu vou sim. E que horas?
O sinal do intervalo tocou. E ela respondeu:
-Nove da noite. Mas olha, a gente fica até altas horas em casa. Tá afim mesmo? Sua mãe não vai grilar com você?
-Não! Pode contar comigo. – respondi já pensando no que iria falar para minha mãe.

Ela sorriu. E entramos para a classe juntos indo cada um para seu respectivo local na classe. Eu estava feliz. Conversei com Juliane e até um encontro marquei! Agora eu tinha uma missão difícil. Inventar algo para minha mãe me deixar ir.


E O QUE ACONTECERÁ ESSA NOITE? NO PRÓXIMO CAPÍTULO.



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