sexta-feira, 24 de julho de 2015

3:48 - Conto - Parte 4

Fala galera! Mais uma continuação para essa grande história. Para quem não leu a primeira parte clique aqui para conferir, a segunda parte está aqui, há a terceira parte também nesse link aqui!  É um conto antigo e está exatamente original. Foi um conto muito conhecido na comunidade do falecido Orkut "Contos de Terror". Erros de português acontecerão, isso é um fato.



Vamos nessa!
6 – O primeiro dia

Acordei às sete horas da manhã na casa de Juliane. Eu continuava na cozinha. Mas o dia estava claro. Onde estavam eles? E os seres? Eu levantei e comecei a buscar por qualquer pessoa. Cheguei até o banheiro, olhei para o espelho, meu nariz estava com uma poeira preta, parecia pó de carvão. Limpei. Nenhum sinal do sangue que senti escorrer durante a noite. Comecei a chamar os meus amigos. Cheguei na sala, Juliane estava deitada no tapete. Logo corri até ela. E chamei:

-Ju! Você está bem.

Ela abriu os olhos lentamente olhou para mim e disse:

-David... David. Me diz. Aquilo tudo, foi a bebida né? Não foi de verdade. Me diz que foi!
Eu olhei pra ela. Acariciei o cabelo dela, e disse:
-Eu não sei. Foi tudo tão real.
Ela me abraçou com medo. Eu estava com medo, mas mais que medo: Eu estava confuso. Falei pra ela:
-E onde estão os outros? 
Ela foi se levantando:
-David. Eu tô com medo de procurar eles.

E me abraçou. Eu falei:
-Vamos. Está de dia. Não dará mais tanto medo. E outra, definitivamente não é 3:48.
Levantamos, fomos até o quarto dela. Lá estava Gina e Eduardo. Um deitado sobre o outro perto da mesa do computador. Acordamo-los. Eles estavam tão confusos quanto nós. Eduardo disse:
-Meu Deus. Existe mesmo. Existe! Foi a pior sensação que eu já tive. Havia uma daquelas coisas aqui no quarto. Fechou a porta. Começou a balançar a cama... Eu nunca...nunca mais quero fazer dessas coisas.
Gina:
-Se fosse a bebida, cada um veria uma coisa. Mas não! Vimos todos aquela mulher horrível. 
Eu:
-Onde está o Carlos?
Começamos então a busca. Procurei pelo quarto dos pais de Juliane e depois fui para o quintal e lá estava ele coberto da mesma poeira que estava em meu nariz. Ele estava de bruços e sobreposto com essa poeira. 

Gritei a todos que achei ele. E o chamei:
-Carlos! Carlos!
Ele não respondeu. Comecei a empurra-lo e voltei a chamar:
-Carlos! Carlos! Carlos!
Eles chegaram. E simultaneamente Carlos acordou. E disse:
-Ai, minha cabeça. 
Eu:
-Você está bem? Lembra do que houve?
Ele olhou no fundo dos meus olhos e disse:
-Eu não sei o que houve.
Gina:
-Sério?


Carlos:
-Sim. 
Eu:
-E essa poeira? Por que está sobre você?
E antes dele responder, Juliane disse:
-Gente, eu tenho dessa poeira também. Nas minhas duas pernas.
Eu:
-Em mim só havia no nariz.
Carlos:
-Eu também não sei. 


Eduardo:
-O melhor que temos que fazer é cada um ir para sua casa. Tomar um banho. E dar um tempo pra essas brincadeiras. Por que sendo a bebida ou não, foi assustador. Nunca mais quero sentir isso novamente.
Juliane:
-Mas eu não quero ficar aqui sozinha. 

Gina:
-Vem comigo Ju. Não é bom mesmo você ficar sozinha.
Neste exato momento meu celular toca. Era minha mãe. Atendi:
-Mãe!
-David? Querido, onde você está?
-Na casa do Júlio.
-Você está bem filho?
-Claro, mãe. Por quê?
-Eu tive um sonho horrível com você. Uma cobra grande e negra estava aqui em casa. E ela estava te atacando.
-Ah mãe. Sonhos. Rs. Pode ficar tranquila estou bem. Ainda hoje volto pra casa tá?
-Ai, que bom filho. Vem sim. Mamãe vai fazer um bolinho pra você.
-Ta bom mãe. Beijo. Tchau.

Desliguei o celular. Todos já estavam preparados para irem embora. A casa estava extremamente bagunçada. Mas Juliane não queria ficar lá sozinha de forma alguma. 
Ela trancou o portão. E despediu de mim e de Carlos. Eduardo e Gina iriam subir a Rua de Juliane. E eu e Carlos iríamos descer, pois ficava mais perto de nossas casas.
Eles se foram, e descemos eu e Carlos. Estava tudo quieto. E resolvi puxar um assunto:
-E aonde você mora cara?
-Ah, é por aqui. 
Pela imprecisão dele pra me responder, deduzi que ele não queria me dizer onde morava. Eu teria de virar uma outra rua para ir para a casa de Júlio e então me despedi de Carlos:
-Cara, então a gente se fala uma hora dessas. Beleza?
Ele falou:
-Sim. Tchau... Tchau... – Estava tentando lembrar meu nome. E eu disse:
-David.
Ele riu. E seguiu reto. Então segui meu rumo. Passei por um ponto de ônibus. Algo estranho me aconteceu. Todos ao me verem começaram a me encarar. Com um olhar meio atento, não entendi o porquê. Cheguei até a casa de Júlio. O chamei. Ele abriu a porta. E disse:
-Cara! Você passou a noite na casa da menina! Você é louco?
-Eu não sei cara. O que sei é que fizemos umas experiências muito assustadoras lá.
-Tipo o que?

-Coisas com gente morta. Mas bebemos também. E eu acho que foi isso que deixou a gente assim.
-É, deve ser. Você é fraco pra bebidas mesmo.
-Pior que sou.
-Te liguei uma porrada de vezes. Seu celular deu fora de área em todas.
-Ué. Mas ele está ligado.
-Vou tentar agora de novo.
Ele tentou. E o celular continuava fora de área. Eu falei:
-É essa maldita Vivo. Só pode.
-Deve ser mesmo. Mas então, minha mãe disse que teve um pesadelo com você. E sabe, eu também. 
-Ah, vocês tão de brincadeira né? Minha mãe disse a mesma coisa!
-Sei lá que macumba que você fez lá de noite cara, mas acho que funcionou.
-Deus me Livre. Rs. Ou! Pega minha mochila lá.
Ele pegou. A gente se despediu. E eu voltei para casa.

7 – O castigo

Ao chegar em casa, fui recepcionado com um abraço forte da minha mãe. Disse que estava preocupada comigo. Eu disse que estava bem. Almocei, depois fui para o sofá. Deitei-me. Minha intenção era de assistir alguma das chatices que passam de sábado na Tevê, mas acabei dormindo. 
Acordei por volta das dezenove horas. Minha mãe acordou-me muito brava e gritando:
-David! Você passou a noite onde mesmo?
-Na casa do Júlio mãe.
-Então por que a mãe dele não me confirma isso? – e me deu um tapa na cara – onde você passou a noite? Sem me enrolar senão a sua situação vai piorar.
-Ta bom mãe. Eu passei a noite na casa duma amiga minha da escola. 
-E que amiga é essa?
-Pra que você quer saber o nome dela mãe?
-Pra tirar esta história a limpo com os pais dela.
-Não mãe! Não vou dizer. Os pais dela nem estavam lá!
-O que vocês fizeram por lá então?
-Assistimos filmes e jogamos a noite. Estávamos em cinco pessoas lá.
-Você está definitivamente de castigo moleque! Vai ficar no seu quarto o resto da noite depois do banho!

Fui tomar banho, desanimado que só. Ela estava certa em me punir, e eu fui um idiota querendo ir na casa de Juliane. Afinal, fiz muito por aquela garota. Definitivamente eu não estava disposto a fazer parte da turma dela para ficar com ela. 

Acabei o banho. Fui para o meu quarto, comecei a jogar. Minha mãe bateu na porta e perguntou se eu queria jantar. Disse que não. O remorso estava cutucando ela. Mas ela não cedeu de me libertar do castigo. Fiquei jogando... Jogando. E quando me dei conta, era onze da noite. Por ter um dia difícil e a noite passada totalmente perdida, decidi me deitar. Desliguei a luz, me cobri e fiquei assistindo um pouco de tevê para embalar o meu sono. O tempo passou, passou e eu não conseguia dormir, quase dormia (vocês já devem ter passado por isso, estar praticamente dormindo, mas meio consciente ainda) Eu estava assim, e o tempo foi passando, passando. Talvez tivesse perdido o sono por ter dormido a tarde toda. Essa realmente não foi uma boa ideia, mas definitivamente não deu para evitar dormir.

8 – Meu segundo 03:48

E num momento, eu fechei os olhos e quando abri me arrepiei inteiro. Na tela da tevê estava uma imagem bem clara, de um rosto tremendamente brilhoso, pálido, como uma pessoa morta. A tela de tanto brilho e contraste chegava a piscar. Arrepiei. Comecei a me desesperar. Aquilo de novo? Mas não havia feito mais o jogo! Por quê? Não sabia. Queria desligar a tevê, mas onde estava o controle? Estava aqui na cama comigo agora mesmo! Avistei –o no chão ao lado de minha cama. Talvez havia caído, e aquilo na tevê era um daqueles idiotas filmes de terror antigo. Mas o rosto continuava lá. Em preto e branco. Desci da cama para pegar o controle, ao por o pé no chão um arrepio começou a fazer minhas pernas gelarem, depois minha barriga e no fim, o meu cabelo. Voltei para a cama na hora. Aquele rosto começava a ficar ainda mais claro na tela da tevê. Resolvi ir correndo até a tevê a desligar. Levantei na cama e correndo fui até a tevê, a desliguei.

E então ouvi barulhos na minha cama. Algo estava de baixo dela. Na hora acendi a luz do meu quarto. Mas algo estava errado. Ao invés da luz do meu quarto acender, a luz que acendeu foi a do quintal. Percebi pela luminosidade por trás da minha cortina. Tentei abrir a porta do meu quarto, mas ela não abria. E pela luminosidade mínima eu avistei dentro do meu quarto um algo correndo como um cachorro de um lado para outro no chão do meu quarto. Ouvia os passos desesperados. Fui passo a passo muito lentamente chegando perto do trajeto daquele ser. E então ele fez o trajeto, segurou nas minhas pernas, olhou para a minha cara e deu um grito. Era uma criança! Horrível, com cabelos espalhados, uma roupa antiga como as bonecas doutros tempos. Ao gritar, eu chutei e voltei para a cama. E debaixo ouvia o estrado da cama se mexer, meus tênis, tudo. Comecei a chorar.

E o que parecia assustador me fez mais assustado ainda. Um grito começou a ser ouvido. Ao contrário do da casa de Juliane, este era menos estridente, e eu buscava de onde diabos vinha aquilo. O grito não tinha interrupção, e estava a ficar estridente. E eu procurando, deitado na cama, sentindo o outro ser no chão, e então olhei para a lâmpada do meu quarto, ela estava laranja, era de lá o grito. O grito chegou à mesma frequência do ser da noite passada e quebrou a lâmpada... E ao invés dos cacos de vidro caírem no chão, começaram a flutuar formando uma bola. E ela lentamente veio até mim. Eu que nunca fui dos mais religiosos, comecei a falar a única coisa que sabia. O pai nosso. Mas a criatura seguia a se aproximar. E então a cortina do meu quarto começou a voar, ainda presa, claro, mas como se estivesse ventando sobre ela. No entanto, a janela estava fechada. E eu chorando muito de medo, coloquei o travesseiro sobre minha cabeça para não ver o que estava a acontecer. Senti arrepios e calafrios horríveis ali, mas sem ver nada. E ao tirar o travesseiro da cabeça, o quarto estava praticamente intacto, apenas os cacos da lâmpada no chão. Meu coração estava a mil. E tomei um susto quando alguém de supetão abriu a porta. Era minha mãe.




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